O Tema

A atual crise ecológica impõe às organizações a necessidade de buscar novas soluções para identificar oportunidades e enfrentar os recentes desafios. Novas ferramentas e técnicas surgem a cada dia para apoiar o gestor nesta difícil tarefa, auxiliando sua tomada de decisão. Adaptar-se às oportunidades e às ameaças e lidar com as forças e fraquezas organizacionais atribui ao executivo o importante papel equalizador entre o ambiente externo e interno da organização. A permeabilidade de fatos externos, contextualizados aqui como oportunidades e desafios, interferirá no sucesso ou insucesso da organização inserida neste ambiente em permanente transição. A partir de um diálogo entre as diferentes áreas da administração de empresas, questiona-se: Quais são as transformações impostas pela transição ambiental? Quais as respostas que a instituição deverá implantar? Como lidar com as oportunidades e desafios?

Por exemplo, em marketing, pesquisas recentes se interessam pelas mudanças nas práticas de consumo (Warde, 2005), em especial no contexto do consumo visando a sustentabilidade (Roques e Roux, 2018; Fuentes et al., 2019; Damazio et al., 2020, Dyen et al., 2021), como a redução da quantidade de embalagens dos produtos da grande distribuição (Daniel-Chever et al., 2022) ou a redução do consumo de produtos de origem animal e o impacto nos sistemas de produção (Espinosa, 2019).

Da perspectiva do empreendedorismo, a resposta a esses desafios pressupõe também um investimento forte no processo de inovação e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como a criação de startups que desenvolvem soluções para uma agricultura mais sustentável (Fontes; Coombs, 2001; Jensen; Clausen, 2017). Além de uma gestão sustentável em empresas de pequeno porte (Rocha et. al., 2019).

Em finanças, observa-se um aumento de interesse pelos investimentos responsáveis, particularmente em atividades com impacto ambiental e social e a criação de valor para os investidores (Viviani e Maurel, 2019). Na área de recursos humanos, essa transição leva as empresas a redefinir suas necessidades em termos de competências de seus profissionais a buscar formas éticas de liderança e práticas mais sustentáveis e atraentes de gestão de pessoas (Thiel et al., 2012; Taskin, 2021). O mesmo ocorre com os líderes em Instituições de Ensino Superior (Leal Filho et al., 2020).

Neste contexto, o 12º. Colóquio do IFBAE convida pesquisadores e estudantes de pós-graduação a escrever sobre as oportunidades e desafios em um mundo em permanente transição. Assim, são bem-vindos trabalhos na área de administração ligados às sessões descritas a seguir.

Sessões temáticas:

  • Marketing, Analytics and Big data
  • Finanças, Contabilidade e Controladoria
  • Empreendedorismo
  • Sustentabilidade
  • Recursos Humanos
  • Logística, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Operações
  • Planejamento e Gestão estratégica
  • Gestão Internacional e Mercados Emergentes
  • Inovação, Redes de Empresas
  • Desenvolvimento Local e Regional
  • Gestão e Tecnologia
  • Gestão Pública e Gestão de cidades
  • Abordagens e metodologias sistêmicas
  • Internacionalização, mercados novos e emergentes
  • Inteligência econômica e Inteligência territorial

Referências:

Daniel-Chever, M., Monnot, E., Reniou, F., & Sireix, L. (2022). Comprendre les spécificités de la distribution en vrac pour adapter le retailing mix. Décisions Marketing.

Damazio, L.F., Coutinho, L.; Shigaki, H.B (2020). Consumer behavior on sustainable products: a systematic review of literature. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, v.19, n.3, 374-392.

Dyen M., Siriex L. et Costa S. (2021) Bien manger et ne pas gaspiller la nourriture, une question d’organisation ?, Décisions Marketing 101,1-24.

Espinosa, R. (2019). L’éléphant dans la pièce. Pour une approche économique de l’alimentation végétale et de la condition animale. Revue d'Economie Politique, 129(3), 287-324.

Fontes, M.; Coombs, R. Contribution of New Technology-Based Firms to the Strengthening of Technological Capabilities in Intermediate Economies. Research Policy, v. 30, n. 1,79–97, 2001.

Fuentes C., Einarsson P. et Kristoffersson L. (2019) Unpacking Package Free Shopping: Alternative Retailing and the Reinvention of the Practice of Shopping, Journal of Retailing and Consumer Services 50, 258-265.

Jensen, A.; Clausen, T. H. Origins and emergence of exploration and exploitation capabilities in new technology-based firms. Technological Forecasting and Social Change, v. 120, p. 163–175, 2017.

Leal Filho, W.; Eustachio J.H.; Caldana, A.; Will, M; Salvia, A.;Rampasso,I; Anholon, R. , Platje, J., Kovaleva, M.(2020). Sustainability Leadership in Higher Education Institutions: An Overview of Challenges. Sustainability, 12, 3761.

Roques, P., & Roux, D. (2018). Consommation d’énergie et théorie des pratiques: vers des pistes d’action pour la transition énergétique. Décisions Marketing, 90(2), 35-54.

Rocha, R.T; Introvini, R.; Caldana, A.F.; Krauter, E., Liboni, L. (2019). Sustainable Management - Motivation, Barriers and Perceptions of Small Business. Gestão e Regionalidade, v. 35, n.106, 46-66.

Taskin, L. (2021). Perspectives critiques en GRH. In: Beaujolin, R., & Oiry, E. Les grands courants en Gestion des Ressources Humaines. Éditions EMS.

Thiel, C. E., Bagdasarov, Z., Harkrider, L., Johnson, J. F., & Mumford, M. D. (2012). Leader Ethical Decision-Making in Organizations: Strategies for Sensemaking. Journal of Business Ethics, 107(1), 49-64.

Viviani, J. L., & Maurel, C. (2019). Performance of impact investing: A value creation approach. Research in International Business and Finance, 47, 31-39.

Warde, A. (2005). Consumption and Theories of Practice. Journal of Consumer Culture, 5(2), 131-153.